domingo, 4 de julho de 2010

As adversidades de uma Copa

Foi um fim de semana difícil para os sul-americanos... Brasil, Argentina e Paraguai foram eliminados da Copa do Mundo, deixando apenas o Uruguai como nosso representante nas semis.
Todo mundo já sabe, sofri muito mais no sábado do que na sexta. E, acreditem se quiser, sofri muito mais pela derrota do Paraguai do que pela da Argentina.
E por quê? Porque o Paraguai é uma nação pequena que se apresentou grande. Jogou de igual para igual com a Espanha. Aliás, jogou muito melhor que a Espanha. Acreditou incansavelmente, até o último minuto. E se orgulhou do trabalho que apresentou: entre lágrimas e sofrimentos, antes de voltarem para os vestiários, os jogadores aplaudiram sua torcida. Não foram embora antes de agradecer aqueles que acreditaram na equipe, que torceram até o último minuto. Um gesto simples, mas cheio de atitude de campeão. O Paraguai merecia ter passado e mereceu cada aplauso que recebeu, da sua torcida e de todos que acompanharam sua trajetória.
Já a Argentina... ah, a Argentina! Que golpe. Eu já imaginava a derrota, mas a realidade doeu bem mais. A Alemanha mereceu pelo que jogou, por saber aproveitar o erro notado e denunciado há muito tempo e que a Argentina não soube arrumar. Um buraco na defesa é sempre uma oportunidade para um adversário. E quando o adversário é a Alemanha, a oportunidade passa a ser uma grande previsão de tragédia. Mas a Argentina jogou, não tudo o que podia, mas jogou até o último minuto, chutando a gol, correndo atrás. Não esmoreceu nem mesmo depois do quarto gol. E, com o fim do jogo, não deixaram de abraçar os vitoriosos, de chorar sua derrota. Maradona entrou em campo para abraçar e agradecer a cada um dos jogadores. Não importa o quão tosco ele pode ser, mas ele soube valorizar o time.
Na sexta, jogo no meio do expediente, logo, visto em pleno ambiente de trabalho. Foi o melhor jogo da seleção neste mundial. Também acho que foi o maior desafio, pelo peso e qualidade do outro time. E acho que foi a maior demonstração do quanto este time que estava lá não sabe perder, ou aceitar que alguém pode ser melhor. O Brasil jogou bem o suficiente para poder ganhar, mas demonstrou não ter controle emocional nenhum quando não consegue o que quer. O Brasil se permitiu ser provocado. Entrou na briga e perdeu a razão. E quando nada mais poderia ser feito, deu às costas ao público, ao adversário, ao bom senso. Me comoveram as lágrimas do Julio Cesar, assim como me comoveu sua vontade de fazer muito mais do que se esperava de um goleiro, nos minutos finais. Me decepcionaram a arrogância e o orgulho ferido dos demais. Sinto muito, não mereceu meu sofrimento.
Acho que tem lição aos montes para aprender nessas três situações: que é preciso acreditar sempre, que não adianta achar que o jogo está ganho ou que o erro se conserta quando é ignorado. É preciso estar ciente das fragilidades, sejam elas técnicas ou emocionais. Mas, mais importante ainda é saber valorizar as pessoas, no erro ou no acerto. Porque o que resta, no final, é isso: a equipe, quem está junto. E quem de longe também faz parte. Nesse caso, me senti mais paraguaia do que brasileira.

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