quinta-feira, 17 de junho de 2010

Descoberta

Há uns 8 anos, precisei fazer uma cirurgia de emergência. Por causa dela, tive que passar por uma transfusão de sangue - bastante, já que eu havia perdido muito. Hoje, fiquei pensando que o meu doador - ou doadores - só pode ser argentino! Isso explica tudo!

Explica, inclusive, o fato de eu ter levantado beeem mais cedo hoje, só pra sair de casa mais cedo e poder chegar na região do meu trabalho, bem mais cedo, tudo a tempo de ver o primeiro tempo de Argentina e Coreia do Sul. A princípio acompanhada pelas solidárias amigas @MMMEHH e @Naticerqueira (porque agora todo mundo tem um nome virtual... hahaha), que me deram todo apoio em mais um destes meus momentos tão "peculiares", logo fiquei sozinha, porque as duas tinham reunião às 9h.

O lugar escolhido foi o boteco, beeem boteco, em frente ao prédio onde trabalhamos. Pão na chapa, uma média e nada de vuvuzelas. Só os comentários de três meninas, que iam desde técnicas de futebol até "sucesso de seleção" - comentário beeem feminino.

Minutos depois do apito inicial, estava eu, neste mesmo boteco, ao melhor estilo "suzinha", acompanhada por meia dúzia de homens, sentados em outras mesas, que também estavam vendo o jogo. O garçom, acostumado a ver a gente ali no fim de tarde, quando o trânsito está caótico, acho meio estranho eu sozinha lá, logo cedo. Mas ele entendeu rápido, à medida que minha ansiedade e tensão ficavam mais visíveis, e ao mesmo tempo em que eu esquecia que não estava só.

O mais engraçado foi perceber que mesmo o cara sentado ao meu lado, vestindo uma camiseta do Brasil, estava torcendo para a Argentina. Assim como os outros, que ficavam putos quando um gol era perdido e vibravam com um lance bonito.

Fim do primeiro tempo, que podia ter acabado mais interessante, não fosse aquele furo horroroso na defesa. Enfim, fui pro trabalho, porque afinal de contas, alguém tem que pagar minhas contas e eu não ganho nada a mais para torcer por ninguém, brasileiros ou gringos. O segundo tempo, não vi. Mas fiquei sabendo dos outros dois gols por meio de meus outros amigos, também solidários ao meu vício.

O jogo foi bonito, esses coreanos eram bem mais espertos que os outros (o que rendeu boas piadas no boteco, por sinal) e eu fiquei beeem feliz com o resultado. Mas voltando com o sangue borbulhando de ansiedade depois do primeiro tempo, eu fico pensando: se não foi a transfusão, como é que toda essa paixão veio parar aqui dentro, meu Deus?

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