domingo, 20 de junho de 2010

O amor à Pátria, de chuteiras

Vuvuzelas e bandeiras, por todos os lugares. Esse é o espírito da Copa no Brasil. As vuvuzelas, especialmente, porque viraram moda este ano, só porque deixou de se chamar corneta. Coisa de artista trocar de nome e a fama alcançou mesmo o instrumento. As bandeiras, coisa típica de Copas do Mundo. Todo mundo é mais brasileiro na Copa. Sente mais orgulho. Bate no peito e sabe até cantar o hino nacional.

E o que mais essas pessoas sabem sobre o Brasil? Saberão da nova proposta do Código Florestal, que PERDOA, eternamente, os “pecados” daqueles que desmataram ilegalmente nossas florestas? Sabem que a construção de Belo Monte foi aprovada, mesmo com uma séria de problemas no projeto, inclusive ambientais?

Eu queria saber o que dá orgulho em ser brasileiro, na opinião deste monte de gente. No jornal, o menino de 18 anos diz que sente muito mais orgulho na época da Copa, porque somos melhores que os outros países. o.O

Essa semana, uma pessoa que não lembro o nome, escreveu no twitter que o caso do “cala boca Galvão” é um bom exemplo de que, se os brasileiros se unissem por alguma coisa útil, a gente poderia fazer muita coisa bacana. Pois é.

Mas o que a gente quer é bater no peito e dizer que somos a nação que mais Copas do mundo ganhou. Ok. E o que dá pra fazer com essa sexta estrela? Bom, é melhor eu não dizer o que eu estou pensando.

4 comentários:

  1. Pra quem mora fora como eu, e se sente constantemente humilhado por ser de terceiro mundo, pra quem cresce ouvindo que nao somos melhores em nada, nunca, Copa do Mundo serve para dar orgulho. Pq futebol não é politica, não é livro, mas educa também. Porque o futebol iguala ricos e pobres, causa emoção em todos que gostam de ver a bola rolando. Porque o futebol brasileiro me faz lembrar, que de 4 em 4 anos, nos somos os melhores em alguma coisa. E misturar o cu com as calças nao tem nada a ver. Deus me livre precisar ser intelectual o tempo todo e so me preocupar com Senado e leis e regras sem poder me divertir e esquecer disso tudo quando o juiz apita. Mas so entende isso quem gosta do Brasil, do futebol verde e amarelo e nao do futebol azul e branco que faz graça logo ao lado.

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  2. Longe de mim achar que as pessoas não têm direito ao divertimento. Têm e muito. Mas o que mais me irrita talvez seja também o que mais te incomoda: continuar a sermos vistos como uma nação de terceiro mundo, quando temos tanta coisa boa para sermos respeitados como muito mais que isso. Eu não quero que nos respeitem só na Copa do Mundo. Porque depois que ela acabar, podemos ser os melhores do mundo no futebol, mas continuaremos a ser o mesmo País, economicamente e socialmente falando. Eu quero que a gente lembre de outros valores, outras qualidades, todos os dias, todos os anos, não de quatro em quatro. E se isso é ser intelectual, bem, que o seja. Mas garanto que é um intelectual que também sente falta do arroz e feijão, da receptividade e do calor brasileiro quando está fora do País. Mas que, de perto ou de longe, sente falta também da paixão latente pela Pátria sempre, de qualquer forma. Coisa que está bem separada da minha paixão azul celeste, que não vou explicar e que cabe a quem me conhece julgar.
    Mas, enfim. Sem conflitos. O melhor do 2.0, das mídias sociais e das experiências coletivas é que cada um pode – e deve – ter sua própria opinião. E estou ciente que sou o lado chato e rabugento, já que não entendo e nem gosto tanto de futebol. Deixo os textos bonitos e emocionados para os outros colaboradores deste blog. =)

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  3. Eu sinto MUITO orgulho de ser brasileira na Copa. Mas devo dizer também que nos últimos anos tenho sentido muito orgulho (desses de inchar o peito) em várias outras ocasiões. Por exemplo, qdo Davos deu aquele prêmio lá pro Lula e ele não foi buscar pq passou mal. E disseram (a recalcadíssima imprensa brasileira) que só chamaram o Lula pra enfeitar a foto. E alguém disse: "Veja, que 4 anos atrás Lula não era ninguém na noite e hj ele é quem deixa a foto bonita".

    Me sinto orgulhosa qdo vejo que enquanto a Europa, especialmente España e Grecia, chafurdam na crise, nós sobrevivemos quase incólumes.

    Me sinto orgulhosa qdo vejo o caminho que esse país percorreu, e quando antevejo onde ele pode chegar.

    Só não me sinto orgulhosa qdo vejo que a Espanha (pra morrer num exemplo) perdeu pra a superpotencia futebolística que é a Suiça e a imprensa e os torcedores só tem palavras boas pra sua seleção, acreditam e apoiam. E a nossa que tem 5 campeonatos mundias, ganhou tudo de 2008 pra cá, ganhou os dois jogos da Copa e todo mundo só desce o malho. Existe muito recalque no Brasil, muita crítica, pouco incentivo (em tudo, não só no futebol).

    Eu sou uma intelectual que acha que o povo brasileiro sofrido merece sim a alegria do futebol, qual o problema? Ou os EUA que são super potência em praticamente todos os esportes precisam de mais alegrias que nós?

    O blog é muito bom, linkei no meu.

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  4. Caraca! Vim comentar o post da Suzina e descobri que as meninas andam batendo um bolão no vestiário. Parabéns! Como disse a Daniela aí, o blog é BÃO!!!

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